quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Diário [ou página dos desabafos]

Não dá mais, hoje eu preciso desabafar de alguma forma. Tudo que está acontecendo, de certa forma, supera meu limite de tolerância. Há muito já rompi a barreira de dar um bom dia quando, para mim, o dia não tinha nada de bom. E, para piorar ainda, o dia amanheceu com o céu cinza, mais cinza que os pensamentos doentios que circulam em minha mente.
Estou no meio de muitas faces que não suporto sequer olhar. Circulado por aqueles que, em silencio, continuam a gritar que ainda me odeiam [talvez nunca gritassem, maldita mania de ver tudo do meu prisma]. Encarando olhos que escondem sombras, não há mais brilho no olhar. Sequer posso contar com os que amava, e que achei que correspondiam. Pois, de fato, aproximaram-se de um, em detrimento de outrem.
Não consigo entender. Pois até quatro semanas atrás havia uma negação de proximidade, então lá estava eu e eles, enquanto o outro corria de todos. E, agora, quando o mentor partiu, quando os outros partiram, lá estão eles. E, incrivelmente, parece que eu que sempre fugi de todos. Todo o tempo que sempre estive perto parece ignorado.
E, claro. Há sobretudo a mácula derivada da falta de controle alheio. Pois, como já disse aqui, as pessoas, levadas sabe-se lá pelo que [pelo desejo mais profundo, claro], movem-se em busca do que querem momentaneamente e depois esquecem-se que elas que iniciaram tudo. Mas nem posso maldizer mais aqueles que não sabem lidar com suas memórias. As minhas apenas jazem calmas em mim, pena que para todos não é assim.
Ademais há tudo por aqui. Os mesmos problemas de sempre, mas multiplicados pelo gosto da liberdade sentida longe. A liberdade que, de tão próxima, corre de mim e esconde-se no horizonte distante. Quanto menos falta para o fim mais longe fica a utopia. De fato não parece que daqui nove dias os grilhões que me prendem aqui serão quebrados.
Para sempre livre. Mas, livre para o quê? Para onde é o próximo vôo? O destino reserva-me apenas segredos, pois não consigo visualizar nada. Onde havia uma segurança hoje há vazio. O mesmo vazio de sempre. Aquele buraco negro sugando tudo. Aquela explosão que me tira tudo. [mas, eu prometo, vou sobreviver]
PS. O título já indicava que seria um texto pessoal, embora haja sim destinatários. Então me desculpem, mas hoje não houve ficção.