É difícil escrever sobre
felicidade. Enquanto as mágoas simplesmente inundam o papel os bons momentos insistem
em morrer rápido dentro de mim. É
interessante registrar que há algo vivo no meio de toda essa morte. Você talvez
gostaria de saber que me perco em seu olhar. E talvez também gostaria de saber
que me afogo no seu sorriso. É idiota, estranho e precipitado. A velha mania de manter sentimentos dentro de
muros torna tudo mais difícil. Sair dos muros é quase sinônimo de tudo dar
errado. E além de tudo tem o relógio e o calendário insistindo em avisar que é
breve. Porém, pode o breve ser intenso e memorável. Não se pode crer em destino. Abraços não são
contratos. A vida vai continuar, e a distância virá. Pessoas certas, tempo errado.
Pessoas certas, distância errada. O velho mantra ainda está aqui. Mas uma coisa
é certa: lembranças são indeléveis. Estou quebrando todas as regras. Uma vez
nadamos juntos em um rio profundo. No geral eu teria que esperar me afogar para
vir aqui. Mas não, não nos afoguemos. Eu queria escrever sobre felicidade. Aqui
está a prova: eu não sei escrever sobre felicidade.