terça-feira, 22 de maio de 2012

De volta as memórias


Eu deveria ter adivinhado que isto aconteceria: talvez as pessoas simplesmente não saibam separar as emoções carnais da razão. É trágico isso! Às vezes as coisas não passam de simples desejo fluindo, e elas não se tornam pior por isso. Pelo contrário, é bom dar vazão aos seus desejos íntimos. E, claro, sem medo de arrepender-se depois.
                Acontece! O pior nem são os fatos. São as conseqüências dos atos falhos. Todos têm a maldita mania de não saber lidar com seus erros. Curioso, pois exatamente quando juramos que vamos esquecer algo ficamos evitando lembrar. E, de tanto resistir, acabamos por lembrar. É como aquela história de que o oposto do amor não é o ódio...”
                - Ei, Nemo!
                - Diga...
                - Você já disse isso.
                - Curioso, mudam as pessoas, mas a imaturidade é a mesma...


domingo, 20 de maio de 2012

Jurista


              Sozinho ele contempla a si mesmo: uma vida inteira dedicada à justiça. Discursos e mais discursos sobre teorias, sobre leis positivas em um mundo natural, sobre leis naturais em um mundo positivo. Rituais de justiça, profissões de fé à razão, defesa, condenação, palavras fortes, mente vazia? Horas aprendendo sobre o que é justiça. Foi justo?
                Ahh... Como é brilhante a teoria! O homem e sua razão já foram até a lua. Condenado é quem tirar dele sua razão. Deixe-o livre! Deixe o ser quem é! A liberdade mostra a real face de todos. Quando se pode fazer tudo poucos fazem o certo. Mas, o que é o certo mesmo? É o velho direito natural ou a lei mais pura e positiva?
                Valeria o mérito a todo custo? Pode o egoísmo preceder a honra? O homem é livre. A cada um o que é seu! Se se acha que um início maculado pode gerar bons frutos há de se cultivar bem as máculas.  Todas as flores são méritos de seus jardineiros. Mesmo que sejam fétidas, mesmo que não sejam               belas, são flores.
                Sozinho ali, no escuro. Não são eles, são outros. Apenas na sua mente, em seus valores. Há muita segurança lá dentro ou pouca liberdade lá fora? Irá ele arrepender-se um dia? Passou a vida a dar sentenças. Seria apenas dever? Ou está fugindo da necessidade de julgar a si mesmo?