Chega um momento que
você dá de cara com um paradoxo: escrever ou viver. É quando percebe que não
sabe viver sem escrever, tampouco sabe escrever enquanto vive. De repente a
verdade fica clara... Todas as lágrimas não escorridas na verdade escorreram em
todas as palavras que você leu aqui. Talvez seja a hora de começar a transformar
palavras em água com sal. Ou seria melhor morrer de novo?
Na verdade você sabe que não doeria tanto. Digo mais, nem
doeria. É só mais um exemplo desse eterno não-querer-quero-mais. Comece a
andar, desça as escadas, acenda um cigarro, corte o pulso. Ops, o politicamente
correto me proíbe de te mandar cortar os pulsos. E agora, como ficaremos os
depressivos?
“Que se foda o politicamente correto... A vida é minha”.
Estranho. A vida é de tantas pessoas. Ela nunca é só sua, ou pelo menos nunca
se vive ela sozinho. A sua vida também é do carinha que plantou o trigo que
virou seu pão, é da empresa de internet que te permite ler isso, é até da puta
que foi comida e depois paga com a nota de dez que você pagou seu pão [isso se
não foi você que comeu a puta da esquina].
“Não diga isso, que maus modos”. E daí? As vezes a
verdade dói né? Ouvir violinos, coros e chorar querendo cortar o pulso parece
bem fácil. Na verdade acho que todos às vezes têm certa vontade de morrer.
Morrer é fácil, já disse, só não citarei modos, pois ainda é crime incentivar o
suicídio. Alias, tentar suicídio é crime. Ou seja, antes de tudo sua vida é do
Estado.
Há tantas coisas mais
difíceis lá fora. Longe desse seu mundo eu-quero-eu-posso-eu-mando. Nem era
para ser tudo isso, apenas veio. É perigoso deixar o pensamento fluir sem
limites, mas, sinceramente, eu prefiro gritar as [nossas] verdades... Agora
desliga a merda desse computador e vá lá fora comer a puta da esquina, ou, se
for mulher, vai lá dar para o primeiro otário que ver passar na rua.
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