domingo, 10 de abril de 2011

Hurricane

               Não importa quantas vezes eu respirei ao seu lado, eu estava entorpecido. Todos os abraços, beijos e aquele fogo que ardia de desejo foram em vão. As promessas que fizemos foram reduzidas a pó.  A vida nos deu um breve intervalo de tempo, um segmento de reta com início e fim analiticamente calculados.

                Não importa quantas vezes eu chorei, minhas lágrimas não passavam de sal diluído em água. Você nunca devia ter aberto aquela caixa. Tudo por que passamos saiu dela e somente dela. Precisávamos de um silencio sepulcral, não precisávamos de um herói para gritar verdades aos ventos.  

                Não importa quantas vezes eu morra, eu nunca esquecerei o que você nos fez. Exposição radioativa, pois todos correm do perigo. Ou talvez um zoológico, enjaulados para sermos vistos. Longe de casa, longe de quem realmente amamos. Virados do avesso, aberrações ambulantes seja lá onde estivermos.

                Não importa de quem é a culpa, comungamos dos nossos erros e bebemos nossas atitudes. Diga-me, você queria nos matar? Ou somente fazer nos pagar por nossos pecados? Não consigo entender porque o relógio ainda anda, meu mundo parou naquele sábado a noite.
                

2 comentários:

  1. Seus elogios realmente me fazem sentir que escrevo algo bom, tendo em vista a sua produção Eddie! Vlw!

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