“Quisera ser um ás, para voar bem alto.” Tão alto quanto o sol. Em um lugar onde as mágoas seriam tão somente formiguinhas acenando de uma bola azul distante. A brisa, refrescantemente perfumada, sempre tocaria meu rosto, trazendo ar puro e fresco.
Não haveria dor. As doenças não passariam de ecos cósmicos distantes. Todos os homens se conheceriam. Crianças e cachorros andariam a brincar pelas ruas. Ruas essas cobertas de pedras branco arredondadas, sempre brilhando a luz da lua cheia.
Os rios seriam transparentes, repletos de peixes coloridos. Suas águas, convite a um mergulho irresistivelmente atrativo. O leiteiro passaria toda manha, deixando o leite fresco e sadio da fazenda. E sempre seria recebido com sorrisos e muito obrigados.
Não haveria dinheiro. Não, não esse muro de Berlim divisor dos [quase nunca] maus dos [nunca] bons. Regras seriam desnecessárias. Todos seriam plenamente capazes de seguir os seus direitos sem invadir o quintal do vizinho.
A grama seria sempre verde. O céu sempre azul. Em qualquer época do ano flores perfumariam o campo. As pessoas não machucariam umas as outras. Talvez essa fosse a única exceção à regra de não haver regras.
Carros, transito, grandes cidades. Que pesadelo! Dignos dos assombrosos filmes de terror. Cruzes, prédios sagrados, livros antigos sem autor definido. Socorro! Estaria-se no país da desalienação.
Todos seriam livres. A felicidade seria tão abundante quanto o ar que se respira. E eu seria um ás, e voaria bem alto. [mas trocaria tudo, papel, caneta, mundo, pelo seu amor]
Bonito e triste, por motivos diferentes que, na verdade, talvez sejam um só e eu não queira admitir.
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