domingo, 8 de maio de 2011

Pensamentos

                E se eu afirmasse que te odeio? Será que teria convicção suficiente para tal [e para fazê-la acreditar]? Você sofreria com isso? Tudo que vivemos juntos ainda tem algum valor para você? E se eu morresse hoje, isso mudaria algo em sua vida?
                As dúvidas contidas em interrogações me assombram mais que mil fantasmas. É estranho escrever para você, sabendo que isso não mudará nada. Sinto-me querendo não passar frio estando de camiseta no inverno russo, ou talvez buscando ar fresco em um mergulho na Fossa das Marianas.
                Mais estranho ainda é não preocupar-me com palavras, com estética. Apenas escrever. Friamente, sem beleza. Arranhar o papel com a mesma força que gostaria de estar arranhando  meu coração [que, calejado, nem mais sentiria]. Não preocupar-me com o que vão pensar disso, se vão gostar, se vão odiar.
                No momento estou escrevendo somente para você, mas como sei que não vai ler, acaba sendo um desabafo para mim. Esta é minha carta de amor para ninguém. Sem dor desta vez, somente dúvidas. Talvez um pouco de angústia, nada é perfeito [você é a exceção].
                O sol lá fora é como o amor que sinto, brilha no alto, mas não consegue aquecer nada. Aqui definitivamente não é um lugar bom para os apaixonados, não há lugares para se tirar aquela foto de família de comercial de margarina. Ahh... aquela margarina que eu envenenei e comi, apenas querendo que você tivesse morrido [dentro de mim]...

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