quarta-feira, 9 de março de 2011

Redemption

Tudo que eu queria era esquecê-la.  Esquecer do verde de seus olhos, do castanho ondulado de seus cabelos, do brilho de seu olhar, do tom alvo de sua pele. Queria perder. Perder as curvas de seu corpo, o timbre de sua voz, a sensação suave de seu toque. Poderia morrer queimado, assim definitivamente não desejaria nenhuma fonte de calor, nem mesmo o calor morno de seu corpo.
Já queimei fotos, cartas, apaguei conversas. Já jurei, em vão, nunca mais pensar em você. Ah... pena que eu não posso mutilar meu cérebro, e arrancar dele todas as memórias do que já passamos juntos.  Foram tantas promessas, declarações, suspiros, gritos, lágrimas. Passado. Um museu de estátuas de gelo.
Já tentei encontrar o gosto de seus lábios em outros. Busquei o calor do seu corpo ardente em frígidos corpos sedentos apenas por prazer. Brinquei com marionetes na busca pelo seu abraço. Confundi amizade com amor, na tentativa inútil de preencher meu vazio. Meu infinito particular.
                A culpa foi minha. A brilhante idéia que ou eu teria você ou eu teria uma aspiração ao céu. Não podia desistir do céu. Como estava errado. Posso até ter ganhado os ares, mas de que adianta quando não se tem mais um lugar seguro para pousar?
                Eu realmente queria esquecê-la. Não pense que eu estou satisfeito. Não ache que eu quero impressioná-la. Apenas gostaria de um último desejo: diga-me, diretamente, que já era. Que me odeia. Ou o que for. Por que você nunca me concede isto? Never it`s too late for redemption.

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